Notícias

Novas transações entre Brasil e China: desafios, custos e cuidados nas operações

Grupo Pinho
October 3, 2022

Novas transações entre Brasil e China: desafios, custos e cuidados nas operações

Países firmaram cooperação comercial para que as transações não necessitem da conversão em dólar

O Brasil e a China firmaram uma cooperação comercial para fecharem negócios e concederem empréstimos entre os países, sem que o dólar americano tenha que ser usado. Na prática, as transações serão feitas em yuan, moeda chinesa, e convertidas em reais de "forma mais rápida e menos custosa".

O Brasil será o primeiro país da América Latina a ter acesso ao sistema chinês China Interbank Payment System (Cips), que opera de forma equivalente ao ocidental Swift, sistema que conecta milhares de instituições financeiras em todo o mundo. As primeiras operações devem acontecer em julho deste ano.

Atualmente, o importador brasileiro precisa comprar dólares para efetuar pagamentos a exportadores chineses, que por sua vez precisam converter os dólares na moeda local. Com a nova forma de fazer as transações, espera-se que os custos sejam reduzidos, mas alguns fatores precisam ser analisados.


Desafios das transações entre Brasil e China

A transição para um sistema sem o dólar como moeda de troca entre Brasil e China será um desafio, pois atualmente o dólar é amplamente utilizado como reserva internacional e como meio de pagamento em transações comerciais. Contudo, não é impossível estabelecer um sistema de troca direta entre as duas moedas nacionais, o real e o yuan.

Quanto a confiabilidade do sistema de transição entre Brasil e China sem o dólar, isso dependerá de vários fatores: da estabilidade econômica e política de cada país, da eficácia do mecanismo de conversão de moeda, da disponibilidade de reservas suficientes em cada moeda para apoiar as transações comerciais e da capacidade de cada país cumprir com seus compromissos financeiros.

No entanto, é importante ressaltar que qualquer mudança significativa no sistema financeiro e comercial global pode levar tempo para ser estabelecida e aprimorada. Portanto, a confiabilidade do sistema de transição dependerá da capacidade das duas nações para lidar com quaisquer desafios e ajustar o sistema ao longo do tempo.


O custo das transações entre Brasil e China tende a ser reduzido?

A utilização de moedas locais ou de uma neutra pode reduzir os custos com conversão e diminuir a exposição a flutuações cambiais. Além disso, a transição para um sistema sem o dólar também pode estimular a competição entre instituições financeiras para oferecer serviços de conversão de moeda mais eficientes e com taxas mais competitivas, o que pode levara uma redução dos custos envolvidos nas transações comerciais internacionais.

Contudo, é importante lembrar que a eliminação do dólar como moeda de troca também pode levar a um aumento da complexidade nas transações, o que pode gerar custos adicionais com o aumento da necessidade de especialização em diferentes moedas e com a implementação de sistemas de conversão de moeda mais sofisticados e seguros. Como tudo ainda é um projeto, é difícil prever se o custo das operações será reduzido ou não.


Relações comerciais com a China tendem a se estreitar

Nos últimos 13 anos, a China é a maior parceira comercial do Brasil. Em2022, o volume de transações entre os dois países atingiu o recorde de US$ 150 bilhões. A novidade pode estreitar ainda mais a relação entre os dois países, principalmente se as operações forem realizadas de forma bem-sucedida, sem grandes impactos negativos nas transações comerciais e com redução de custos.

Além disso, é preciso ressaltar que a eliminação do dólar como moeda de troca também pode ajudar a reduzir a influência dos Estados Unidos sobre a economia global e fortalecer a posição da China como uma potência econômica mundial, o que pode ser benéfico para o Brasil, que já tem uma relação comercial forte com o país asiático.


Quais são os cuidados que importadores e exportadores devem ter?

Os importadores e exportadores brasileiros precisam estar atentos aos seguintes cuidados após a mudança para um sistema de transações comerciais sem o dólar como moeda de troca entre Brasil e China:

1. Verificar as taxas de conversão de moeda: com a mudança para um sistema sem o dólar, as taxas podem variar entre as instituições financeiras. Por isso, é importante pesquisar as taxas disponíveis para encontrar a mais competitiva.

2. Conhecer as moedas envolvidas: com a eliminação do dólar como moeda de troca, será necessário lidar com outras moedas. Por isso, é importante estar familiarizado com as moedas envolvidas e suas flutuações de mercado.

3. Verificar as regulamentações e exigências dos países envolvidos: será necessário estar atento às exigências dos países envolvidos, especialmente em relação à conversão de moeda e ao pagamento de impostos e taxas.

4. Avaliar a segurança das transações: com a mudança para um sistema sem o dólar, é importante avaliar a segurança das transações e adotar medidas de proteção contra fraudes e riscos cambiais.


*Com informações de Leone Secco, supervisor financeiro do Grupo Pinho

Fale conosco
Contact us

Entre em contato pelo formulário abaixo, logo iremos atendê-lo.
Send us a message.