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Por que efetuar seguros?

Savio Ferreira de Souza
October 3, 2022

O pouco valor que nós latinos damos aos Seguros de responsabilidade é uma incógnita! Ao se comparar seguros de proteção pessoal (vida, saúde) com os de proteção de bens (carga, casa, carros, responsabilidade) vê-se um abismo entre o hemisfério Norte e o Sul sendo que estes, embora se preocupem consigo próprios relutam em proteger seus negócios correndo sérios riscos, não só de responsabilidade civil, mas igualmente de furto & roubo, quebra de produção, incêndios e outros, lacunas estas que prenunciam disrupções familiares; dramas pessoais e sociais; falências, suicídios, entre outros. Pagar tal preço por obstinação de economia não vale a pena! Isso foi assimilado pelo hemisfério Norte principalmente nas Guerras.

O hábito de não fazer seguros por economia, surge da percepção de que ele é feito para NÃO SER USADO, gerando a falsa impressão de que o seguro NÃO É UM BEM, mas um CUSTO e, nesta condição, pode ser economizado o que é um ledo engano! Quando esta “mesquinha ideia de economia” consegue alargar seus horizontes, realiza que uma indenização securitária ameniza perdas, algumas até irreparáveis (falência, endividamento, depressão, crises familiares, traumas, suicídios). Para suavizar os traumas e dramas humanos é que o seguro serve!

QUAIS AS RAZÕES DE TAL HÁBITO? EM QUE ELE SE BASEIA?

Boas coberturas pedem apólices bem elaboradas, operadas e balanceadas com os riscos que se quer evitar. Como adquiri-las? Não é difícil, desde que haja profissionalismo, afinal, há de se convir não ser satisfatório ter um Corretor para emitir apólices e voltar a vê-lo se e quando houver sinistro ou na data da renovação da mesma. Tal Amadorismo não se coaduna com a sociedade atual, não só por envolver valores, mas vidas humanas! Assim, empresas passaram a buscar especialistas que estudassem meios para diminuir seus Riscos, aderindo às melhores práticas. Tal desvelo, visto em amplas contratações, raramente é notado em pequenas e médias empresas cuja tendência é englobar vários riscos em um só contrato, balanceando distintas coberturas até escolher a mais econômica. Isto facilita a venda ao cliente, mas encobre a real utilidade da Apólice. Isto, até a ocorrência de um sinistro quando, via de regra, todos se darão conta de não possuírem as coberturas apropriadas aos prejuízos sofridos.

Segurados raramente avaliam os riscos apresentados em “cartilhas” pelo Corretor, embora o cliente pense estar sendo atendido por “especialistas”. A eventual Apólice, então, nascerá após pressões da Seguradora em buscar maior abrangência de riscos; do Corretor ansioso por vender várias coberturas pelo menor preço, lastreado em parcos conhecimentos específicos dos Compradores. Ao final, todos colidirão com a obstinação do Segurado em alocar valores que poderiam ser investidos na produção. Ao final do estica e puxa nascerá o “Frankenstein”: uma apólice de entendimento complexo, operada pelas partes que, sem conhecimento de riscos específicos e temendo expor em público suas fraquezas, silenciam!

Sob tal ótica não se constrói a Excelência e sem ela não se alcança à segurança alarde a danos programas de qualidade, abrindo espaço para falhas, algumas com potencial devastador para as partes. Qual o remédio? A contínua especialização dos profissionais que trabalham no segmento, pois o nível de excelência exigido pelos tomadores (produtos/serviços) aumenta continuamente, enquanto os prêmios de Apólice diminuem pela pressão do mercado, afastando Corretores competentes, agravando a equação, eis que contratantes devem conhecer bem os riscos a serem cobertos, antes da emissão da Apólice. Nisto, bons corretores são fundamentais.

Sabe-se que o Mercado repele soluções de prateleira, mal ajustados às suas necessidade se isto desafia Corretores e Seguradoras a elaborarem melhores produtos, cabendo ao Segurado separar quais bens, serviços e responsabilidades ele quer segurar e quais eles absorverão o risco, dada a baixa possibilidade de sinistro do bem. Assim se faz um plano de Seguro realmente seguro, elaborado por imersão na equação risco X cobertura X melhor segurança o que coage o Corretor a caçar a melhor combinação, aquela que mais se coaduna com o Risco.

Não à toa o Segurado deve nomear Corretores especialistas por ramo exigindo que eles avalizem, real e responsavelmente, as ofertas das seguradoras em busca da segurança comum, inclusive a deles próprios, pois como profissionais, se sujeitam à responsabilidade civil.

Houve tempo onde Seguradoras/Corretoras operavam todos os ramos de Seguros, sem se ocuparem com as geradoras de sinistros, estratégia que culminou em prejuízos, forçando junções de grupos econômicos. Isto disseminou os Seguros no Brasil mas, sua implantação, um tanto amadora, carreou prejuízos que forçaram as Seguradoras a serem seletas na aceitação de riscos.

As más experiências ensinaram o mercado a enxugar a concorrência por meio de fusões entre Bancos e Seguradoras que passaram a ser mais cuidadosos no aceite de riscos. Algumas fecharam carteiras, face ao custo da burocracia e pela equação riscos versus prêmios baixos. Corretoras, a seu tempo, tardaram em perceber a mudança nas responsabilidades (Apólices versus Riscos) e algumas fecharam as portas ou fundiram-se a outros grupos.

Outras seguiram a especialização, alinhando-a a seus trilhos e mantendo-se vivas como a Fidelidade Seguros do Paraná, corretora que se especializou em Seguros de Transportes, alcançando o primeiro lugar no ranking do ramo no Brasil, uma estratégia bem racional, como explica Francisco Galiza¹:

“O seguro pode ajudar de duas formas. Primeiro, pela própria cobertura do risco, ou seja, o imóvel pega fogo, mas a seguradora paga. Essa é a forma direta, clássica, que todo mundo conhece. A outra é mais sutil e funciona em termos de gerência de riscos. A seguradora e o corretor podem ajudar a empresa a diminuir os seus riscos, ou seja, ensinar a empresa a tomar certos cuidados”.

Se uma parte ajuda a outra a diminuir riscos, também o Corretor entenderá mais as atividades do cliente para buscar soluções específicas.

QUAL A SOLUÇÃO?

Sem “bola de cristal”, intui-se que os Corretores se tornarão Pessoas jurídicas, unindo se à Corretoras ou Despachantes; Transportadores; Armazéns e, juntos, explorarem os riscos pela oferta de produtos de qualidade e responsabilidade. O serviço deverá ser cativante e exemplar, criativo e com expertise em alguns riscos de forma que o Corretor logre independência e clientes próprios. Independente dos meios, o mercado segurador busca campos de atuação seguros pelo que os profissionais devam ser reconhecidos pela excelência e autossuficiência, intuindo e adiantando exigências antes mesmo que clientes peçam.

Ainda que poucos percebam essa lenta mudança no mercado segurador, vários Corretores já intuíram serem ELES o fator de mudança, especializando-se em poucos riscos, obtendo conhecimentos que os tornem um Expert, tão exigido pelo mercado nos atendimentos profissionais, por ofertarem retribuições reais, não apenas uma Apólice! Só assim os não segurados acordarão de suas inércias que os expõe criminalmente junto a um mercado agressivo e acumulador.

É de se reconhecer a importância do Seguro nas vidas de pessoas e empreendimentos e obtê-los passa por uma Corretora especializada em um ramo apenas e um Corretor respeitoso com colegas e clientes, profissionais verdadeiros, conhecedores dos riscos que se apresentam nos negócios de seus clientes. Para isso, não basta ouvir relatos de funcionários, associados, diretores ou representantes, isto ajuda, é claro, mas ainda é pouco. É de se conhecer e estudar pessoal e profundamente as operações e garantias ofertadas, visando a crescente difusão dos Seguros de carga e transporte no Brasil e maiores especializações de profissionais neste ramo.

Sávio Ferreira de Souza: Advogado; Professor; Mestre em Educação; Empresário; Despachante Aduaneiro e Administrador de Seguros de Transportes. Criador da primeira e maior Apólice de seguros consolidados do Brasil.

¹ https://www.revistaapolice.com.br/2021/07/crise-na-pandemia-pense-planeje-se-e-siga-adiante/

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