Importação
Precificar produtos ou serviços pode não ser uma tarefa tão fácil — são muitas as questões que devem ser levadas em consideração. No caso de produtos importados se torna ainda mais complicado, uma vez que provavelmente será preciso fazer uma análise muito mais detalhada do que meramente a margem de lucro e os custos do produto.
Embora o estabelecimento do preço seja uma tarefa essencialmente matemática, grande parte do sucesso de um negócio, bem como sua viabilidade financeira em longo prazo, está associada a forma como é realizado o cálculo do preço de venda. Vale a pena lembrar que, nos casos de produtos importados, as taxas, impostos, fretes e alguns outros valores incidentes devem ser ponderados na hora da precificação.
Vejamos alguns pontos que você precisa considerar na hora de precificar produtos importados. Confira!
Existem duas formas básicas de realizar o cálculo do preço de venda de um produto, uma com base nos custos ou através de análise dos valores de mercado e os preços dos concorrentes. Você deve estar se fazendo a seguinte pergunta: Qual a melhor forma? A resposta é simples: ambas estão corretas.
Muitos empreendedores acabam adotando o método de precificação apenas pelo cálculo dos seus valores, o que é considerado muito arriscado, já que ele não está aplicando também o valor praticado pelo mercado e dos concorrentes — cobrando uma quantia fora da realidade ou que não condiz com o poder de compra do seu consumidor.
Por outro lado, a chance de que os empresários acabem errando ao cogitarem apenas o valor de mercado, já que não foi considerado também os valores embutidos quanto aos custos de produção, pode gerar uma verdadeira perda nos caixas e debilitar a saúde da empresa.
O ideal é encontrar um balanço entre esses dois tipos para calcular de forma eficiente e condizente o preço do seu produto.
Tanto os custos diretos como os indiretos devem ser listados ao fazer a precificação de qualquer produto. Geralmente, eles são compostos por quatro pontos de relevância:
Para não errar na hora de precificar um produto importado, aqui estão algumas questões que não podem ser deixadas de lado.
O trajeto que o produto percorre, desde o local de produção até a empresa, demanda, no mínimo, três fretes diferentes:
É preciso ficar atento ao deslocamento do produto, se certificando de que durante o trajeto não serão provocados nenhum dano físico a ele. Caso o produto tenha um alto valor agregado, é ideal que se assegurar que a compra não será prejudicada.
Os seguros são uma ótima alternativa a estes tipos de imprevistos. Mas é preciso ficar atento, pois eles nem sempre cobrem todo e qualquer tipo de danificação apresentado pelos produtos. Com uma boa política de seguros, as margens de lucro poderão crescer sem que o consumidor seja prejudicado com o aumento do preço final.
Para quem quer ofertar um diferencial no mercado frente aos concorrentes, a assistência técnica oferecida pode tornar o produto mais atraente aos olhos do cliente em longo prazo. Porém adotar esse tipo de proteção ao consumidor pode ocasionar um custo adicional que também deve ser levado em consideração na hora de precificar os produtos importados.
Vale destacar que, nem todos os produtos importados possuem assistência técnica, já que não são todos os que pertencem às grandes marcas internacionais. A grande vantagem, neste caso, é viabilizar a própria assistência técnica da empresa, como no caso de um Call Center — onde os clientes conseguem remeter os produtos pelo correio para o endereço físico da loja.
É preciso fazer uma estimativa de todos os gastos que podem incorrer ao oferecer estes serviços adicionais, incluindo-os assim nos custos de comercialização. Com isso, os clientes com ou sem garantia, poderão ter um serviço extra ao acionar a assistência técnica.
A delimitação do público-alvo tem grande importância no estabelecimento da margem de lucro. É preciso pensar que, ao precificar produtos importados, se o valor agregado for alto, a margem de lucro também será alta.
Um bom exemplo são os produtos personalizados e exclusivos, em que a tendência de preços é mais elevada, fazendo com que a margem de lucro também seja maior.
Porém se a intenção de importar um determinado produto for massificá-lo, é preciso que ele tenha um alto giro de estoque, além de um bom relacionamento com os fornecedores para conseguir atender a demanda.
Seja qual for a escolha, é preciso aliar a precificação com seus custos e o valor ofertado pelo mercado, verificando sempre os preços em relação a produtos similares com o do seu negócio — uma maneira eficaz de diminuir gastos e disponibilizar um valor justo ao consumidor.
É importante levar em consideração que produtos importados possuem uma série de características peculiares — uma delas é que o valor expresso na nota fiscal (no caso de produtos) não é o custo total de importação, mas, sim, o valor que servirá de base para o cálculo do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o ICMS. No valor total, além dos custos dos produtos importados, também estarão inclusos o valor dos impostos: II, IPI, PIS e da Cofins, taxa Siscomex, fretes e seguros.
Taxas bancárias e de armazenamento, serviços de despachantes, transportes marítimos e tantos outros não estão incluídos como base de cálculo do ICMS, aparecendo apenas quando é necessário identificar o custo total da importação realizada. Todos estes impostos, taxas e outras cobranças devem ser minuciosamente analisados e englobados no cálculo da precificação dos produtos importados, viabilizando o negócio e permitindo a aplicação de um preço justo ao mercado.
O que você leva em consideração ao precificar produtos importados? Compartilhe com a gente a sua experiência nos comentários!