Exportação
Um dos principais fóruns globais do setor cafeeiro, o Coffee Dinner & Summit realizou nesta sexta-feira (26) em São Paulo, a sua 9ªedição. Promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o evento reúne a cada dois anos cerca de mil pessoas para promover negócios e aproximar empresários, produtores e pessoas apaixonadas pelo grão.
Foram quase 10 horas de evento e seis painéis que abordaram os principais temas relevantes para o setor cafeeiro.
Um deles mostrou como anda o consumo mundial, inclusive do café especial, que vem crescendo a cada ano. Hoje, esse tipo de bebida já representa 8 milhões de sacas da produção nacional, 7 milhões delas destinadas à exportação, garantindo ao produtor uma rentabilidade maior.
O diretor-executivo da Brazil Specialty Coffee Association (ABSA),Vinicius Estrela, afirma que o café especial necessita de um manejo muito delicado. O grau oferece maior rentabilidade, mas tem custo maior. “Há cafés sendo premiados em leilões internacionais alcançando valores de R$ 60 mil a saca”, diz.
O Brasil deve produzir nesta safra 54 milhões de sacas de café, entre arábica e conilon, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se esse número se confirmar, será a maior produção da história em bienalidade negativa. Por um lado, o setor comemora; por outro, com o aumento da oferta, há um receio de que os preços sejam pressionados.
Ampliação das exportações de café
Por essa razão, é importante ampliar a exportação, que foi um dos temas do simpósio. O Brasil já exporta 90% da sua produção para122 países. No ano passado, o país acumulou uma receita de US$ 9bilhões. Mesmo assim, é preciso ampliar nosso mercado internacional, principalmente em momentos como esse, de aumento da oferta.
China
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, lembra que a China avançou bastante em volumes adquiridos no Brasil.
“Agente entende que existe, principalmente por parte do consumidor jovem chinês, a tendência de buscar muito mais o café, trocando, como foi no Japão, a cultura do chá pela do café”, diz.
Neste momento, a colheita vai avançando nas principais regiões produtoras. A queda no preço registrada nos últimos meses reduziu a margem de rentabilidade do produtor.
“Infelizmente não está muito boa a nossa rentabilidade. Esse café foi produzido por um custo bem alto, nós tivemos insumos bastante caros , como adubos e defensivos, Então, está bem estreita a margem. Mas é importante para o nosso produtor perceber oportunidades para que ele se restabeleça com uma lucratividade maior. Na próxima safra, ele sentindo as oportunidades da lavoura, vai poder fazer algumas travas e a relação de troca hoje está muito boa, com adubo baixando bastante o preço”, afirma o presidente da Minas Sul, José Marcos Magalhães.
Fonte: Canal Rural