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Embora diante de um cenário ainda imprevisível em 2021, empresas ligadas ao comércio exterior, especialmente as grandes varejistas do e-commerce, estimam encontrar um caminho mais positivo no primeiro trimestre de 2021.
A análise foi feita por Flávio de Faria Rufino, diretor operacional e comercial na Ascensus Trading & Logística, e Pietro Paroni, gerente geral de desenvolvimento de negócios na Multilog. Os profissionais participaram da segunda edição do Comex Solutions 2020 — série de debates, promovida pelo Grupo Pinho, que reúne mensalmente grandes empresas do comércio exterior.
A reação mais positiva da economia nos últimos meses, em especial do varejo, propiciou o aumento da importação de não duráveis, como alimentos e bebidas.
“Produtos que estão dentro do e-commerce tendem a crescer, assim como o varejo. Embora 2021 apresente desafios até maiores do que 2020, há uma certa expectativa de que até março teremos um aumento de produção para atender o varejo em diversos segmentos”, acredita Rufino.
Já Paroni lembra que o crescimento do e-commerce se deve à quebra de vários paradigmas. “Vimos fenômenos de demanda reprimida em diversos segmentos no segundo semestre, especialmente em eletroeletrônicos, eletrodomésticos, games e bebidas. Esses produtos devem continuar em alta, pois a pandemia quebrou padrões de consumidores que não compravam pela internet. Agora vemos pessoas utilizando plataformas online para comprar desde aspirador de pó até alimentos”, analisa.
Um exemplo de mudança no comportamento do consumidor aparece no segmento de lata de alumínio, seja para refrigerante ou cerveja, que deixou de ser consumida nos bares e casas noturnas (onde dividia espaço com garrafas de vidro) e veio com força para as casas dos consumidores. Com a alta no consumo pela pandemia, empresas recorrem às importações. “Não temos falta de alumínio, e sim de produção industrial de latas na escala necessária a esse novo padrão de consumo”, analisa Rufino
Outra quebra de paradigma causada pela pandemia foi a digitalização de um dos setores mais tradicionais do país. Com novos processos, o segmento precisou se modernizar rapidamente, fenômeno que deve continuar ainda mais em 2021.
“A crise fez os órgãos reguladores - como Ministério da Agricultura, Receita Federal, Inmetro - aceitarem assinatura eletrônica nos documentos de despacho aduaneiro, que eram obrigatoriamente físicos até então”, conta Pietro.
“Na gestão, o trabalho de forma remota também teve impacto não só na redução de custos com viagens, como também na agilidade para decidir. Hoje, conseguimos aumentar consideravelmente nossa eficiência operacional e acelerar os esforços de digitalização do comércio exterior no Brasil”, diz Rufino.
Como podemos ver, 2021 ainda será de incertezas, porém as mudanças e as quebras de paradigmas que vimos em 2020, trazem para o Comércio Exterior boas análises do que será destaque no próximo ano.
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