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Gerenciamento de riscos para comércio exterior: entenda

Alex Cardoso
October 3, 2022

Gerenciamento de riscos para comércio exterior: entenda

O gerenciamento de riscos deve fazer parte da rotina de toda atividade, uma vez que envolve a segurança das pessoas, do patrimônio, das operações e dos bens móveis. No contexto de empresas que movimentam cargas, o risco está presente em todas as etapas de movimentação, desde o momento em que a mercadoria sai da fábrica até a entrega ao importador ou consignatário.

Embora muitos empreendedores acreditem que acidentes fazem parte do acaso, inúmeras situações indesejadas são originárias da falta de gerenciamento de riscos. Nesse artigo, abordaremos o gerenciamento de riscos para comércio exterior, apresentando a importância de criar programas para auxiliar na implantação de procedimentos de segurança, bem como avaliar e propor ações que possam eliminar, evitar ou controlar situações de risco. Acompanhe!

Gerenciamento de riscos para comércio exterior como ferramenta de controle

Profissionais envolvidos com o gerenciamento de riscos precisam atuar diretamente na identificação de possíveis ameaças, seja nos ambientes terrestres, marítimos ou portuários, propondo soluções e tomando decisões imediatas. O trabalho é complexo e exige uma atuação em todos os segmentos operacionais da atividade. Em vez de focar avaliações posteriores das causas propulsoras de acidentes, o controle deve ter medidas preventivas eficazes.

A ISSO31000 e as inovações de mercado apresentaram diversas ferramentas que se tornaram indispensáveis no gerenciamento de riscos. Vejamos algumas:

Análise Preliminar de Risco (APR)

Também conhecida como Análise Preliminar de Perigos (APP), a APR consiste em um estudo detalhado durante a fase de concepção ou desenvolvimento inicial de um novo processo, produto ou sistema, com a finalidade de determinar os riscos que poderão estar presentes na sua fase operacional.

A APR é, portanto, uma análise qualitativa inicial, que funciona como uma ferramenta na segurança em sistemas em operação, revelando fatos que muitas vezes passam despercebidos pelo gestor.

Técnica de Incidentes Críticos (TIC)

Usualmente conhecida em português como “confessionário” e em inglês como “Incident Recall”, este método é utilizado para identificar erros e condições inseguras que impliquem a ocorrência de acidentes com lesões reais e potenciais. A TIC é uma análise quantitativa que se aplica na fase operacional de sistemas cujos procedimentos envolvem o fator humano em qualquer grau de atividade.

A grande vantagem dessa técnica é sua rápida aplicação, principalmente para quem deseja identificar perigos sem utilizar técnicas mais avançadas. O objetivo principal da TIC é a detecção de incidentes críticos e o tratamento de riscos que eles representam. A aplicação deve ser realizada periodicamente.

Análise de Modo e Efeito de Falha (FMEA)

A FMEA é uma análise detalhada que pode ser tanto qualitativa quanto quantitativa. Ela permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou sistema pode falhar, bem como a probabilidade de falha e seus possíveis efeitos. É fundamental que a empresa estabeleça mudanças e alternativas que possibilitem um menor índice de falhas, tornando o sistema mais seguro e confiável.

A Análise de Modo e Efeito de Falha ainda é utilizada na determinação e encadeamento dos procedimentos para contingências operacionais, ou seja, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de erro devido às ações não-estruturadas são altas.

Estudo da Operacionalidade e Riscos (HAZOPS)

Essa técnica consiste numa análise qualitativa desenvolvida com o intuito de examinar as linhas de processo, identificando os perigos e prevenindo os problemas. Atualmente, ela também vem sendo aplicada em equipamentos do processo e até em sistemas.

O método HAZOPS é principalmente indicado na implantação de novos processos ou na modificação de processos já existentes. Um dos pontos de destaque desse método é o caráter de trabalho em equipe, onde pessoas de funções diferentes trabalham em conjunto, estimulando a criatividade individual e a compreensão dos problemas das diferentes áreas, o que possibilita que as interfaces dos sistemas sejam alcançadas mais rapidamente.

Uma pessoa trabalhando sozinha, mesmo que competente, frequentemente está sujeita a erros por desconhecer os aspectos alheiros à sua área de trabalho. O HAZOPS possibilita que profissionais partilhem suas experiências e competências individuais, trazendo benefícios para toda a empresa.

Fases para a eficácia no gerenciamento de riscos

Na determinação de situações que representem ameaça, é necessário e fundamental graduar os riscos e buscar soluções. A eficácia desse processo está diretamente ligada à cultura organizacional da empresa, e deve haver integração em todos os níveis gerenciais. Quatro fases fazem parte do sucesso de um programa de gerenciamento de riscos:

Vejamos cada uma delas detalhadamente:

Avaliação de Riscos

Sendo o Risco (R) a probabilidade que algum sinistro venha a ocorrer com potencial de causar danos, é possível avaliar suas prováveis frequência e  consequências.

Para que realmente essa fase chegue ao seu real propósito, é importante criar e seguir um modelo que venha a atender cada exigência e suas conformidades, como no caso das características físicas do segmento, vulnerabilidades das instalações, recursos humanos e tantas outras. No caso do gerenciamento de riscos no segmento do comércio exterior, algumas ferramentas podem ser adotadas, como um checklist definindo o grau de perigo de cada risco.

Níveis de riscos e níveis de tolerância

Nessa fase, o profissional deve ser capaz de elaborar uma boa análise estatística e realizar o levantamento de ocorrências de sinistros que possam ocorrer na empresa. Os resultados devem ser apresentados ao responsável pelo gerenciamento de riscos, que dará as devidas opiniões qualificadas e que se encaixem na realidade do negócio.

Na identificação dos níveis de risco, é possível criar um cenário e estimar, numa escala, a ameaça associada ao risco. É preciso também que sejam levados em consideração apenas dados dignos de crédito.

No gerenciamento de risco para comércio exterior, você pode montar uma tabela definindo o impacto do risco, as possíveis consequências e os níveis de tolerância aceitáveis.

Efetivação do controle

A efetivação do controle é a fase em que cada ação é criteriosamente planejada utilizando linhas de condutas com base em técnicas. É o gestor responsável pela área que elabora, aprova e divulga o plano. É preciso que todos os colaboradores estejam envolvidos nesse processo.

Monitoramento

É preciso que, nessa fase, as ações sejam acompanhadas e reavaliadas de acordo com cada risco levantado. Em toda operação envolvendo manipulação e transporte de cargas sempre existirão riscos e, por isso, o monitoramento constante e rigoroso deve ser implementado, garantindo a segurança das pessoas envolvidas e dos negócios. Uma boa dica é categorizar os riscos e avaliar cada situação de acordo com o checklist criado.

Sua empresa realiza o gerenciamento de riscos? Quais programas e etapas ela já coloca em prática? Compartilhe sua opinião nos campos abaixo!

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